segunda-feira, 22 de outubro de 2007

AO LONGO DAS RIBEIRAS NAS VIZINHANÇAS DA SERRA DE MONCHIQUE. Artigo de 2004. (PARTE 1)


Borboletas-monarca fizeram colónias no Algarve. As míticas borboletas-monarca, famosas pela longa migração que protagonizam na América do Norte, assentaram arraiais no Algarve. A origem ainda é desconhecida, mas a sua presença está já comprovada. Ao longo das ribeiras nas vizinhanças da serra de Monchique, os coloridos seres esvoaçam por ali há pouco tempo mas vaticina-se uma crescente colonização nos próximos anos.~De vez em quando, em anos recentes, um ou outro conhecedor dava de caras com uma monarca. Porém, tratavam-se de avistamentos esporádicos, a ponto de no recente livro sobre as borboletas de Portugal, de Ernestino Maravalhas - a obra mais actualizada sobre esta ordem de insectos no país, a espécie aparecer referida como migrante no continente.Mas em 2001, Luís Palma, da Universidade do Algarve, encontra, na ribeira de Seixe, um grupo de quatro borboletas-monarca juntas com todo o ar de quem tinha vindo para ficar. Com António Bívar de Sousa, especialista em borboletas, decide tirar o caso a limpo. Em 2003, os dois biólogos fazem uma busca sistemática nas serras e no litoral do Algarve. Em 15 locais, dos 107 prospectados, foram descobertas colónias de borboletas-monarca ("Danaus plexippus"). Num artigo publicado no boletim da Sociedade Portuguesa de Entomologia, Palma e Bívar de Sousa explicam que esta colonização deve ter ocorrido recentemente. E prevêem uma expansão nos próximos anos. Condição essencial para a presença de monarcas no país é a existência da planta de que depende, as asclepiadáceas. "A samaúma-bastarda, sedas ou pepino-da-seda ('Gomphocarpus fruticosus'), sobre a qual estão estabelecidas a quase totalidade das colónias de 'Danaus' detectadas no presente estudo, é um arbusto exótico de origem afrotropical, outrora plantado como ornamental ou cultivado para a produção de fibras têxteis", explicam os autores.

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