segunda-feira, 24 de março de 2008

SELECÇÃO NATURAL NUNCA VISTA, SURPREENDE CIENTISTAS


As luas-azuis (Hypolimnas bolina), espécie de borboleta do Pacífico, teve a população de machos quase extintos, na Ilha de Savai.
Uma bactéria transmitida pela progenitora, matava os machos, a ponto da relação normal 50/50 entre os géneros, ter sido altamente desequilibrada. Esta bactéria (Wolbachia), matava praticamente todos os machos na fase embrionária e deixava só fêmeas na espécie, chegando a haver 99% de fêmeas contra só 1% de machos de acordo com o estudo realizado. Ainda no decorrer de 2006, foi feita uma nova observação alguns meses depois, e puderam constatar que a relação fêmeas/machos passou para 60/40. Pensa-se que a reviravolta nos números pode ter sido provocada por um supressor de genes desenvolvido pela espécie como forma de sobrevivência, uma selecção natural feita num só ano!. Um pequeníssimo grupo de borboletas do sexo masculino passou a ser resistente ao microrganismo e levou ao restabelecimento do equilíbrio da população.
Se assim for, esta é a mais rápida alteração evolutiva de uma espécie de que alguma vez se teve conhecimento, "Nunca houve uma tão rápida evolução numa espécie", disseram, esta semana, os professores da Universidade de Berkeley, Califórnia, que as estudaram em 2006.

sexta-feira, 7 de março de 2008

INSECTIA - 6º EPISÓDIO


Enquanto a Primavera não chega e as borboletas vão aparecendo timidamente, podemos ir visionando alguns trabalhos de grandes produtoras de documentários, com o nível do que de melhor se faz na BBC ou na National Geographic Society. Este é o 6º Episódio de uma série informativa, orientada por entomologistas e a qual se debruça sobre a ordem Lepidoptera. Os outros episódios são todos sobre a classe Insecta (tal como o titulo sugere) e aborda temas diferentes, também muito interessantes mas os quais já não se enquadram tão bem, neste blog. Este vídeo de 23 minutos está em língua inglesa, não está legendado e podem vê-lo, AQUI.

quarta-feira, 5 de março de 2008

ECLOSÃO DA GERAÇÃO DE 2007


Na passada terça-feira, 'nasceu' a primeira Papilio Machaon (macho) da geração que hibernou em 2007. Foi uma metamorfose que se deu sob a temperatura ambiente e sem qualquer intervenção externa. Pelo facto desta crisálida poder ter uma maior capacidade de eclodir com temperaturas mais baixas do que as restantes, as outras crisálidas foram colocadas em ambiente térmico controlado, de forma a acelerar as eclosões para poderem coexistir (em tempo útil) com esta, e poder reproduzir-se. A razão pela qual pretendo 'ajudar' a reprodução desta borboleta em particular, é para poder confirmar nas gerações seguintes e em particular na primeira geração de 2009, se esta é uma característica genética transmissível, ou se é apenas um episódio isolado. Nesta zona, mais a norte do país e devido ao clima ser mais frio, as primeiras gerações surgem apenas em Março enquanto que nas zonas a sul de Lisboa, aparecem a partir de meados de Fevereiro. Do ponto de vista genético, parece-me interessante verificar esta possibilidade de 'encurtar' o tempo de hibernação, fazendo uma 'selecção natural forçada', de forma a poderem ter um período de voo mais alargado.
Um fenómeno que verifico todos os anos, é o da data das primeiras eclosões, que a pouco e pouco vão-se dando cada vez mais cedo. Em 2007 a primeira borboleta desta espécie, 'nasceu' a 8 de Março enquanto que este ano já se deu a 4 de Março, não é significativo e até pode ser um caso isolado, mas de facto vão-se dando pequenos adiantamentos que, se contabilizarmos numa década, a média torna-se significativa.